quinta-feira, 29 de abril de 2010

Compositor Nobuo Uematsu

Para quem está fora da cultura Japonesa e principalmente da dos jogos de vídeo, este nome pode parecer um pouco estranho. Nobuo Uematsu é um dos grandes compositores de músicas de jogos de vídeo imortalizado principalmente pelas suas obras na saga Final Fantasy. Aqui apresentamos uma pequena biografia deste grande compositor.




Nobuo Uematsu nasceu a 21 de Março de 1959, na cidade de Kouchi (Japão) e é um dos mais famosos e respeitados compositores de músicas de video jogos (conhecido especialmente pelas séries Final Fantasy). Pode-se dizer que Uematsu ensinou-se a ele mesmo no que consta a aptidões musicais, aprendendo piano com a idade de 12 anos, tendo como influência Elton John.

Depois de terminar o ensino Secundário, Nobuo graduou-se na Universidade de Kanagwa, num curso que não tinha relação nenhuma com música. Foi aos 22 anos que Nobuo se juntou a muitas bandas amadoras como teclista, e descobriu aí que preferia escrever música a tocá-la, por isso decidiu optar por uma carreira como compositor, e enviar vários excertos das suas músicas a diversas companhias. Uma delas contratou-o para escrever músicais para a rádio.

Em 1985, um dos amigos de Nobuo que trabalhava numa companhia de video jogos chamada Squaresoft (mais tarde Square Enix), perguntou a Nobuo se estava interessado em escrever músicas para videojogos.

Este aceitou e aí inicou a sua famosa carreira. O primeiro jogo a empregar a sua música foi Genesis (1985). Entre 1986 e 1987, criou música para diversos jogos que não obtiveram nenhum sucesso, o que fez com que a empresa onde trabalhava entrasse em declínio. Em 1987, como um último esforço para melhorar o estado económico da Square Soft, Nobuo compôs para o jogo Final Fantasy. Este acabou por ter tanto sucesso que salvou a empresa da falência.
Continuou a compôr para as futuras sagas Final Fantasy e para outros jogos.

Em 2002, dois colegas de Nobuo, Kenichiro Fukui eTsuyoshi Sekito (ambos compositores), perguntaram-lhe se estava interessado em formar uma banda de Rock com o objectivo de interpretar e expandir as composições deste. Inicialmente, Nobuo rejeitou a proposta pois andava muito ocupado com o seu trabalho, mas após uma actuação ao vivo como teclista com Fukui e Sekito, Nobuo decidiu formar a banda que viria a chamar-se The Black Mages.

Em 2004 Nobuo deixa a Square Enix e cria a sua própria companhia chamada Smile Please. A razão da saída deve-se ao facto de a companhia ter mudado o seu escritório, não sendo favorável a Nobuo a nova localização. Apesar disso, Nobuo contínua a compôr para a companhia como um freelancer.

Influências

As composições de Nobuo Uematsu têm influências de vários estilos, partindo de sinfonias clássicas até peças de Heavy Metal , New age e também electrónica.
Nobuo é grande fã também de música Celta e Irlandesa (algumas das suas obras têm elementos destes estilos musicais).
As suas músicas adaptam-se de forma incrível às cenas onde são aplicadas nos vários jogos, indo desde tons obscuros e dramáticos até algo mais animado e energético.

Quanto a nível de artistas, Nobuo é influenciado por músicos do Reino Unido e Estados Unidos. Em pequeno a sua maior influência musical foi Elton John, mas à medida que foi crescendo incluiu a este bandas e artistas como os Beatles, Emerson, Lake & Palmer, Simon & Garfunkel, Pink Floyd, King Crimson e algumas bandas de Rock progressivo. A nível clássico a sua maior inspiração foi Pyotr Ilyich Tchaikovsky.


E para aqueles que não acreditam na música nos jogos de vídeo, aqui estão alguns exemplos das grandes obras deste senhor:

To Zanarkland (Final Fantasy X):

Liberi Fatali (Final Fantasy VIII):



Those who Fight (Final Fantasy X):

One Winged Angel (Final Fantasy VII Advent Children) (Performance feita pela Eminence Symphony):

Lost Odyssey battle theme (Lost Odyssey):

E agora uma actuação fantástica da banda Black Mages com orquestra da obra One Winged Angel:









domingo, 25 de abril de 2010

Mozart


Biografia de Mozart (1756-1791)

Wolfang Amadeus Mozart nasceu em Salzburg. Criança prodígio, foi no ambiente musical desta cidade que começou a tornar-se notado.

O pai Leopold, músico na corte, empenhou-se na aprendizagem quer de Mozart, quer da irmã deste, Nannerl, levando as crianças a exibir os seus dotes.

Mozart tornou-se, aos cinco anos, um fenómeno de popularidade que se mantém até aos nossos dias.

A família começou assim em 1763 um período de viagens e de concertos intenso por toda a Europa (Viena, Paris, Londres, Países Baixos, Itália), ao longo de três anos, interrompido por doenças graves e prolongadas de Leopold, de Mozart e da irmã. Em Londres, Wolfgang conheceu o último filho de J. S. Bach, que muito o influenciou. Fez ainda mais tarde, com a família, duas longas viagens a Itália, nas quais consolidou a sua reputação e se aproximou da música italiana.

De regresso a Salzburgo, entrou ao serviço do arcebispo Colloredo, mas rapidamente cresceu a tensão entre o compositor e o arcebispo, que não via com bons olhos as muitas viagens e a insubordinação de Mozart. Este acabou por ser despedido em 1781. Numa época em que os músicos se encontravam geralmente ao serviço do poder político ou da Igreja, Mozart tornou-se um caso excepcional de artista livre, vivendo de concertos, da venda de obras e das aulas que dava.

Mudou-se para Viena, onde o Imperador José II lhe encomendou algumas óperas (em 1782 estreou “O Rapto no Serralho”) e onde se dedicou a compor e a dirigir concertos. Em 1782 casou com Konstanze Weber. Nos anos seguintes compôs algumas das suas obras mais célebres. 1787 foi o ano da estreia de “As Bodas de Fígaro” em Praga; recebeu ainda a encomenda para '”Don Giovanni” e terminou “Eine Kleine Nachtmusik”. Mas o seu sucesso foi irregular, sobretudo a partir de 1786, e a situação económica de Mozart complicou-se.

Em 1791, ano da sua morte, estreou “A Flauta Mágica”; não chegou a terminar o “Requiem”, outra encomenda do mesmo ano. A sua saúde deteriorou-se; não se sabe exactamente qual a doença que o afectou, mas faleceu a 5 de Dezembro, sendo enterrado numa vala comum, em Viena, como era costume na época.

http://musica.sapo.pt/mozart.html

Óperas

Die Schuldigkeit des Ersten Gebots
Apollo et Hyacinthus
Bastien und Bastienne
La Finta Semplice
Mitridate, ré di Ponto
Betula Liberata
Ascanio in Alba
Il sogno di Scipione
Lucio Silla
La Finta Giardiniera
Il re pastore
Zaide
Idomeneo, ré di Creta
O Rapto do Serralho
L'oca del Cairo
Lo sposo deluso
O Empresário Teatral
As Bodas de Fígaro
Don Giovanni
Così Fan Tutte
A flauta mágica
A Clemência de Tito













http://www.mozartproject.org/

Maria Callas



Descendente de gregos, nascida casualmente em Nova York, Maria Callas viajou aos treze anos para Atenas, na Grécia, onde iniciou seus estudos de canto com Elvira de Hidalgo.

Em 1941 fez sua primeira apresentação profissional, em Atenas, interpretando Beatrice, da ópera "Bocaccio". Durante alguns anos, continuou cantando em Atenas. Em 1947, fez sua estréia na Itália, em Verona, no papel de Gioconda. Esta produção foi dirigida pelo maestro Tullio Sefarin, que passou a ser seu mentor musical. A partir daí, Callas obteve grande sucesso cantando em várias cidades italianas, incluindo o célebre teatro La Scala de Milão.

Em 1949 casou-se com Giovanni Battista Menegghini, de quem separou-se dez anos depois.

Em 1952, estreou no Covent Garden, em Londres, e em seguida cantou nos principais casas de ópera dos Estados Unidos, como as de Chicago, Nova Iorque e Dallas. Ao longo dos anos 1950, Maria Callas representou os principais papéis femininos de óperas consagradas, além de interpretar peças musicais menos conhecidas. Dona de uma voz potente e de grande amplitude, Callas coloriu com seu talento dramático e expressividade grande parte do repertório operístico.

Em 1959, Callas conheceu o armador grego Aristóteles Onassis, por quem abandonou seu marido. Seguiu-se uma fase conturbada de sua vida, em que freqüentemente era manchete de jornais, por seu estilo de vida e temperamento forte. Três anos depois, Aristóteles Onassis deixou Maria Callas para casar-se com Jacqueline Kennedy.

No último período de sua vida, Maria Callas viveu praticamente reclusa em Paris. Sua voz já apresentava sinais de desgaste. Realizou alguns concertos e chegou a dar "master classes" na famosa Julliard School de Nova Iorque, entre 1971 e 1972. Realizou também um grande número de gravações.

Maria Callas morreu em Paris, de um ataque cardíaco, antes de completar 54 anos. Deixou registradas inúmeras composições, incluindo várias óperas completas, muitas delas gravadas ao vivo.




Top 10 de Maria Callas





1. Bellini: Norma 1954
2. Bizet: Carmen 1964
3. Cherubini: Medea 1958
4. Donizetti: Anna Bolena 1957
5. Donizetti: Lucia di Lammermoor 1955
6. Puccini: Tosca 1953
7. Rossini: Il Turco in Italia 1954
8. Verdi: Macbeth 1952
9. Verdi: La Traviata 1958
10. Verdi: Il Trovatore 1956







Habanera

Composição: Bizet

Quand je vous aimerai?
Ma foi, je ne sais pas,
Peut-être jamais,
peut-être demain.
Mais pas aujourd'hui,c'est certain.

L'amour est un oiseau rebelle
Que nul ne peut apprivoiser,
Et c'est bien en vain qu'on l'appelle,
S'il lui convient de refuser.
Rien n'y fait, menace ou prière,
L'un parle bien, l'autre se tait;
Et c'est l'autre que je préfère
Il n'a rien dit; mais il me plaît.
L'amour! L'amour! L'amour! L'amour!

L'amour est enfant de Bohême,
Il n'a jamais, jamais connu de loi,
Si tu ne m'aime pas, je t'aime,
Si je t'aime, prend garde à toi!
Si tu ne m'aime pas,
Si tu ne m'aime pas, je t'aime!
Mais, si je t'aime,
Si je t'aime, prend garde à toi!
Si tu ne m'aime pas,
Si tu ne m'aime pas, je t'aime!
Mais, si je t'aime,
Si je t'aime, prend garde à toi!

L'oiseau que tu croyais surprendre
Battit de l'aile et s'envola;
L'amour est loin, tu peux l'attendre;
Tu ne l'attend plus, il est là!
Tout autour de toi vite, vite,
Il vient, s'en va, puis il revient!
Tu crois le tenir, il t'évite;
Tu crois l'éviter, il te tient!
L'amour, l'amour, l'amour, l'amour!

L'amour est enfant de Bohême...








http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u323.jhtm

Site oficial: http://www.callas.it/

Partituras :Epica


Partituras para guitarra dos Epica : http://www.epica.nl/?page=downloads&show=tabs

Partituras: The Beatles



















Todas as parituras dos The Beatles em piano :http://www.megaupload.com/?d=DIP1HQQJ


quinta-feira, 15 de abril de 2010

Mariza


Marisa dos Reis Nunes nasceu na freguesia de Nossa Senhora da Conceição, na antiga Lourenço Marques, à época capital da província ultramarina portuguesa de Moçambique. É filha de pai português, José Brandão Nunes, e mãe moçambicana, Isabel Nunes.

Com três anos, chegou ao Aeroporto da Portela em Lisboa, pela primeira vez em 1977. Na actual Maputo, o pai conservara por vários anos o confortável emprego de chefe de armazém numa empresa de electrodomésticos portuguesa. Durante o êxodo das famílias portuguesas nas antigas colónias ultramarinas portuguesas, o pai abandonou Moçambique com a família mais chegada, escolhendo Lisboa para recomeçar uma nova vida. Instalaram-se em Corroios e mais tarde no n.º 22 da Travessa dos Lagares, na Mouraria.

Em 1979 reabriram o restaurante Zalala no bairro típico de Lisboa, Mouraria, berço do fado e frequentado por inúmeros fadistas de referência, como Fernando Maurício e Fernando Farinha. Zalala, hoje fechado, o restaurante onde Mariza cresceu, foi assim nomeado em homenagem a uma praia moçambicana.

Foi o pai que determinou o gosto da cantora pelo fado. Segundo ela, o pai estava «sempre a ouvir fado e, na hora das refeições, nunca se via televisão; ouviam-se discos, sempre de fado…» Fernando Farinha, Fernando Maurício, Amália Rodrigues, Carlos do Carmo, entre muitos outros, eram os predilectos de José Nunes, e foram os que mais influenciaram a forma de cantar de Mariza.

Com cinco anos de idade, recebeu o seu primeiro xaile, e começou então a moldar a voz que a tornou famosa. Aos sete anos, convidada por Alfredo Marceneiro Júnior, filho de Alfredo Marceneiro, é convidada para actuar no palco do restaurante Adega Machado, sendo esta a sua estreia numa casa de fados.

Já na adolescência, Mariza passa a frequentar a Escola Secundária Gil Vicente. Era hábito seu fugir de casa para ir ouvir as noites de fado para o Grupo Desportivo da Mouraria, onde permanecia à porta, já que não lhe permitiam a entrada.

Até se assumir como fadista cantou diversos géneros musicais como, pop, gospel, soul e jazz. Na época, não caía bem entre os amigos dizer que um dos seus hobbies era cantar fado. Formou com alguns amigos uma banda de covers de nome Vinyl, e costumavam cantar no bar Xafarix, em Lisboa. Mais tarde formou os Funytown.

Mariza cantava regularmente num bar da Madragoa, o "Berimbar", cuja proprietária era mãe de João Pedro Ruela. A música brasileira era uma atracção para Mariza que viveu durante cinco meses no Brasil, no ano de 1996.

Em 1998 actua, a convite da Caixa Económica Luso-Belga, em Bruxelas e Amesterdão.

Em 1999 é convidada por Filipe La Féria para a lista de cantores que homenagearam Amália Rodrigues num espectáculo no Coliseu de Lisboa (e depois no Coliseu do Porto), transmitido em directo pela TVI. Entre as músicas que cantou estava Oiça lá ó Sr. Vinho e Estranha Forma de Vida.

O disco de estreia era para ser apenas uma edição privada, feita por insistência de João Pedro Ruela, mas acabou por ser editado em 32 países. Não conseguiu contrato de nenhuma editora discográfica portuguesa. No entanto, uma editora holandesa, a World Connection, decidiu apostar na fadista editando o seu primeiro disco em vários países.

2002 foi o ano em que Mariza viu o seu primeiro álbum, Fado em Mim, editado em Portugal. Entre as principais faixas do disco encontram-se Chuva, Ó Gente da Minha Terra e Oiça lá ó senhor vinho.




Já na sua primeira digressão pelo estrangeiro, Mariza pisa palcos como o New Jersey Performing Arts Center e o Hollywood Bowl.O disco é uma espécie de tributo a Amália Rodrigues, já que muitas das músicas eram do seu repertório. Uma das músicas que conseguiu melhor repercussão foi Chuva. Barco Negro surge também numa versão bastante diferente da original, ritmada pela percussão de João Pedro Ruela. Loucura, uma das mais emblemáticas músicas do seu repertório, iniciou não só este disco como dois dos seus principais concertos: o concerto em Lisboa, nos jardins da Torre de Belém, do qual se originou um álbum que recebeu uma nomeação para um Grammy Latino, e o concerto no Pavilhão Atlântico com convidados especiais, a 8 de Novembro de 2007, dado simultaneamente à festa de entrega dos Grammys para os quais estava nomeada.

Com este CD surgiram as primeiras tournés no estrangeiro e os primeiros prémios e nomeações. O primeiro prémio que recebe foi atribuído, em 2001, ao álbum Fado em Mim pela crítica alemã - Deutsche Schallplatten Kritik, com Mariza.

Mesmo assim, muitos dos concertos que deu foram a convite de instituições oficiais como embaixadas, entre outras. Nos EUA, por exemplo, entre a plateia de um espectáculo estava a esposa do secretário de estado do país, Colin Powell, que se fazia acompanhar pela esposa de um senador. Apresentou o seu disco no Central Park de Nova Iorque e no Hollywood Bowl de Los Angeles, mas numa entrevista referiu ter gostado mais do espectáculo que deu no grande auditório do New Jersey Performing Arts Center, por ser um espaço mais pequeno e intimista.

O CD vendeu muito bem em Portugal, liderando os tops portugueses, tal como todos os restantes álbuns da fadista viriam a liderar (tendo em 2007 conseguido a proeza de ter 3 álbuns seus simultaneamente no top dos 15 mais vendidos de Portugal). Nos Países Baixos também obteve sucesso comercial, assim como no Reino Unido e na Finlândia. Nos EUA o álbum chegou a atingir o sexto lugar dos mais vendidos na área de world music.

No Mundial de Futebol de 2002, interpretou o hino nacional português antes do início do jogo entre a Coreia do Sul, que jogava em casa, contra a selecção de Portugal.

Um ano depois de Fado em mim edita Fado Curvo, que repete o sucesso do anterior obtendo a quadrupla platina novamente. O tema principal desta produção de Carlos Maria Trindade foi Cavaleiro Monge.

Porém, a música que mais se destaca é Primavera, poema sublime da autoria do escritor e poeta lisboeta David Mourão-Ferreira, e proveniente do repertório amaliano. Tornou-se uma das grandes paixões de Mariza, algo que refere cada vez que o canta ao vivo, e antes deste disco ser gravado, já fazia parte do repertório dos espectáculos da intérprete. A 8 de Novembro de 2007, no concerto no Pavilhão Atlântico, a intérprete foi aplaudida de pé durante seis minutos consecutivos no final da interpretação de Primavera.



A par desta, destacam-se outras músicas, entre elas, uma homónima do disco, Fado Curvo, da autoria de Carlos Maria Trindade, música esta que estreita a relação do fado com a dança, devido ao seu teor alegre e mais contemporâneo. Segundo a intérprete, este fado relaciona-se com a sua vida pessoal e com a vida de qualquer ser-humano, já que esta nunca é linear.


Disco que mistura um pouco de diversos estilos e que abriga uma visão mais madura do fado e uma tentativa de exploração e inovação da parte dos produtores, letristas e da própria intérprete, Fado Curvo é considerado o «CD da semana» pela BBC Radio, em 2003. Também em 2003 recebe um dos mais prestigiados e importantes prémios da sua carreira: uma nomeação da BBC Radio 3, na categoria de Melhor Artista da Europa de World Music. Vence o galardão europeu e, em 2006, volta a ser nomeada na mesma categoria. Recebe também novamente pelo novo álbum, o prémio atribuído pela Deutsche Schallplatten Kritik, a crítica alemã, vencendo de seguida o prémio de «Personalidade do Ano» pela AIEP.

Já em 2004 recebe a Medalha de Mérito Turístico (grau ouro) da Secretaria de Estado do Turismo e o prémio European Border Breakers Award no MIDEM, em Cannes. Os leitores da revista Lux, na sequência da atribuição destes prémios a Mariza, elegem-na como «Personalidade do Ano» na área da Música.

Neste mesmo ano, a convite de autoridades e embaixadas egípcias, apresentou-se como convidada de honra no X Cairo International Song Festival 2004. Quando chegou ao aeroporto e ao evento, as individualidades que a esperavam, espantaram-se por não estar acompanhada por nenhum comité da embaixada portuguesa ou por personalidades do governo de Portugal. Na Sérvia, quando esta ainda se encontrava unida ao Montenegro, esgotou um espectáculo e aqueles que não conseguiram bilhetes concentraram-se no exterior do edifício, até lhes abrirem a porta à assistência do espectáculo.


Mariza envia em 2004 um convite a Jacques Morelenbaum, conceituado produtor brasileiro, que há mais década trabalha com Caetano Veloso na produção dos seus discos, incluindo Fina Estampa.[11] para trabalhar no seu novo disco. O convinte foi aceite e resultou no disco Transparente, um disco que homenageia a sua avó africana, e que mistura novas sonoridades ao fado, entre uma busca pelas raízes moçambicanas de Mariza, uma sonoridade jazzística nova-iorquina, uma exploração dos cantares minhotos e do nordeste brasileiro e uma interpelação da música clássica, que marcou o fado contemporâneo.

Entretanto, em 2005, a Fundação Amália Rodrigues atribui-lhe o prémio da fundação, como intérprete que mais contribui para a divulgação da música portuguesa no estrangeiro. Em 2006, ainda no procedimento da digressão obtem um dos seus principais prémios: é nomeada para um Globo de Ouro, na categoria de Melhor intérprete, e vence o galardão, que representa o principal galardão da música em Portugal. Tornou-se Comendadora da Ordem do Infante D. Henrique, pelas mãos do presidente da repúbilca de então, Jorge Sampaio.

Todo este «virar de página» emergiu também no mundo através de uma larga digressão que passou por algumas das maiores salas de espectáculos do mundo. Actuou no Olympia com a presença do seu pai que sonhava vê-la actuar nesse emblemático auditório. Numa entrevista, a mãe chegou a referir que pensou «que a Mariza não conseguia encher o Olympia. Pensava que iriamos passar uma vergonha.» Todavia, os bilhetes esgotaram-se e a sala parisiense encheu-se para ouvir um concerto de fado.

Seguiram-se a Ópera de Frankfurt, o Royal Festival Hall de Londres, Skopje Universal Hall, na Macedónia, o Le Carré de Amesterdão, o Palau de la Música de Barcelona e uma nova «grande conquista» para a música tradicional portuguesa, a 7 de Outubro de 2005, com um concerto no grande auditório do mítico Carnegie Hall, em Nova Iorque, que também lotou.

Em 2005 é convidada a integrar os concertos do Live 8, em Cornwall, contra a pobreza no mundo e em pról da paz mundial, que reúne todos os anos os mais célebres artistas internacionais. Apresenta-se no palco numa tarde de Sábado, a 2 de Julho, com o mesmo vestido que usaria durante o concerto nos jardins da Torre de Belém, em Lisboa. Foi a primeira portuguesa a participar nos concertos do Live 8.

Mas foi outro o concerto que mais sobressaiu nesta nova digressão mundial. Em 2006, durante duas noites seguidas, a Ópera de Sydney encontra-se lotada para assistir ao concerto de Mariza. A sua primeira vez neste palco mundialmente célebre, reúne também a nomeação para um prémio, os Helpmann Awards, na categoria de Best International Contemporary Concert, na Austrália.

Esta digressão foi acompanhada pelo próprio Jacques Morelenbaum na condução da Orquestra Sinfonietta de Lisboa, e com vários convidados especiais como Carlos do Carmo, Rui Veloso ou Tito Paris.

A 9 de Maio de 2008, um novo concerto nos jardins da Torre de Belém, serviu para que Mariza apresentásse três dos temas do seu novo álbum, Terra, a editar no dia 30 de Junho em Portugal.

No mesmo mês foi divulgado a ligação à gravadora Blue Note Records, a mais importante editora de jazz do mundo.



Terra é o quarto disco de originais de Mariza, apresentado oficialmente a 16 de Junho de 2008 para a imprensa nacional e estrangeira na Culturgest, com a produção de Javier Limon. O disco baseia-se nas várias tournées realizadas por Mariza e é descrito como "orgânico", como "uma viagem". Inclui alguns fados clássicos, como Alfama e Rosa Branca, e outros com letra de David Mourão-Ferreira, como Recurso musicado por Mário Pacheco, Florbela Espanca, Paulo Abreu Lima e outros. Incluiu não só fados, mas também mornas, duetos (com Tito Paris e Concha Buika) e parcerias com Rui Veloso, Ivan Lins e Dominic Miller (guitarrista de Sting). O single é Rosa Branca.

A apresentação mundial ao público terá lugar dia 21 de Junho em Santarém (onde nunca deu um concerto), no Monumental Graça Celestino, um espaço com lotação para catorze mil pessoas. Até ao fim de 2008 a fadista tem agendados concertos em 18 países, entre os quais Espanha, Letónia, Luxemburgo, Reino Unido, Roménia e Bélgica, e inúmeras cidades, entre as quais Huelva, Badajoz, Barcelona, Timisoara, Paris, Amsterdão, Helsínquia, Sófia, Oslo, Riga e Budapeste, e, em Portugal, Viseu, Coimbra, Lisboa, Ponte de Lima e Pombal. A digressão levá-la-á, até ao final do ano, a várias cidades portuguesas, como e Pombal, e a dezoito países, entre outros.


Mariza é hoje, indubitavelmente, a fadista mais reconhecida do fado contemporâneo, e reúne pelo menos três das características que Amália teve, e que muito impulsionaram o seu sucesso: ser proviniente de um bairro típico de Lisboa, ter uma excelente voz e a dramatização das suas interpretações. E Mariza conheceu a música de Amália já relativamente tarde, já que o pai só tinha o hábito de ouvir fadistas masculinos em casa. Acusada de explorar negativamente o repertório mais célebre de Amália, é inquestionável que Mariza revitalizou essas canções, colocando de novo o fado na ribalta, algo que não se via ainda na década de noventa. Para além disso, colocou o fado no topo da world music, levando-o aos mais ilustres palcos, como a Sala Kongresowa, em Varsóvia, a Ópera de Sydney e o Carnegie Hall, e colocando-o no top nacional de vendas da Finlândia e Holanda, algo impensável até à altura.

Mariza faz, cada vez mais, um fado muito autêntico e muito próprio, sendo considerada o expoente do fado experimental. Representa, além de tudo, um virar de página no Fado.


Discografia
Fado em Mim (2002), 4x Platina
Fado Curvo (2003), 4x Platina
Transparente (2005), 3x Platina
Concerto em Lisboa CD (2006), 3x Platina
Terra (2008), 3x Platina











Mariza
Duas lágrimas de Orvalho

Duas lágrimas de orvalho
Caíram nas minhas mãos
Quando eu te afaguei o rosto
Pobre de mim, pouco valho
Pra te acudir na desgraça,
Pra te valer no desgosto

Por que choras, não me dizes
Não é presciso dizê-lo
Não dizes, eu advinho
Os amantes infelizes
Deveriam ter coragem
Para mudar de caminho

Por amor damos alma,
Damos corpo, damos tudo
Até cansarmos na jornada
Mas quando a vida se acaba
O que era amor, é saudade
E a vida já não é nada

Se estás a tempo, recua
Amordaça o coração
Mata o passado e sorri
Mas se não estás, continua
Disse isto minha mãe
Ao ver-me chorar por ti
Site oficial:http://www.mariza.com/